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Veja um pouco de como foi a experiência do 5° Seminário e Mostra de Dança - Dancep 2023

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Modalidade Jazz Lyrical  inicia o 5° Seminário e mostra de dança

Workshop de Jazz foi ministrado pela bailarina e professora Julia Meirelles

Nem os 6°C dessa segunda-feira fria amedrontaram os 36 alunos inscritos no workshop que deu início a semana do 5° Seminário e mostra de dança do DANCEP. Ministrado pela professora e bailarina da Escola de Dança Eliane Fetzer Julia Meirelles, o workshop de Jazz Lyrical explorou exercícios e uma sequência ao som da música What Am I Here For de Jade Bird.


Julia desenvolve trabalho com crianças, adolescentes e adultos, dirige e coreografa os grupos de Jazz Junior e Juvenil da escola. Ela também é tri-campeã na modalidade Jazz, categoria solo feminino, do Festival de Dança de Joinville, no qual também foi indicada ao Prêmio de Melhor Bailarina em 2013 e 2015.

Para as alunas do DANCEP Ana Julia Gomes e Helena de Souza Dias, que se preparam para sua primeira ida ao maior festival de dança do mundo, o workshop serviu como aprendizado, mas também como inspiração “Essa será nossa primeira experiência com o festival de Joinville, vamos encontrar artistas que são nossas inspirações” contou Ana Julia.

Para Helena estar ao lado de grandes artistas como Julia gera certo medo, mas a preparação e ensaios frequentes ajudam a ter consciência da sua capacidade: “eu sou pequena ali no meio de todo mundo, mas vai dar tudo certo e vamos arrasar” lembrou.

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A trajetória de Júlia Meirelles

Por meio da dança, Julia já participou de grandes produções, e em 2015 foi premiada pelo Jazz Central com uma bolsa de estudos para a renomada Broadway Dance Center, em Nova Iorque. “Eu não teria condições de estudar em Nova Iorque se não tivesse ganhado uma bolsa de estudos, então acho que projetos gratuitos como este devem acontecer cada vez mais, abrangendo mais alunos.” enalteceu Júlia.

Júlia Meirelles ressalta que cada aula sua é pensada para contemplar diferentes vivências na dança. “Eu penso como um desafio, trazendo minha experiência, mas considerando a bagagem própria de cada aluno. Precisamos transformar esse desafio em uma parte gostosa da vida deles, não em frustração” ponderou.

Por fim, a professora lembrou que o mundo da arte pode ser muito competitivo, principalmente para as mulheres, mas que há espaço para todos. “Continue se dedicando, todo mundo tem a sua vertente, seu estilo, isso é imprescindível para a construção de novas modalidades. Não desistam nunca.” concluiu.

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Perspectiva histórica e memória do corpo feminino
da dança: mesa com Paula Petreca e Talita Breta

Discutir a arte da dança é uma construção coletiva, e hoje estivemos com 50 alunos e alunas, professores e professoras, e demais inscritos no 5° Seminário e Mostra de Dança para debater o tema “Perspectiva histórica e memória do corpo feminino da dança”.

Como convidadas, recebemos Paula Petreca: Bailarina, coreógrafa, pesquisadora e professora de história da dança e instrutora de Yoga, e Talita Breta: Diretora executiva do Portal MUD - Museu da Dança Fundado em 2014. Duas vozes femininas que vieram abrir as discussões desta edição.

A mesa foi mediada por Juliana Zelenski, pesquisadora e professora do DANCEP, que também apresenta o podcast Ladeira a Bausch - Podcast sobre Dança ao lado da convidada Paula Petraca. Apesar da facilidade em compartilhar pensamentos hoje com a internet e redes sociais, Paula ressalta a importância de ter clareza sobre os reais desejos e motivações em partilhar conteúdos, e aí pesquisar que tipo de plataforma favorece mais os tópicos que quer abordar.

Durante a discussão foram abordados temas como narrativas e documentação histórica, além dos diversos processos não lineares de construção da sociedade.

Para Paula Petreca, eventos como esse contribuem para que os jovens estudantes possam tomar um posicionamento mais analítico e crítico diante de tantos conteúdos. “Dialogar com pesquisadores reais humaniza o processo de estudo e pesquisa” concluiu.

 

Para Talita Bretas a troca ao participar da mesa foi de muito aprendizado “foi gratificante estar com duas profissionais que eu admiro tanto e ver tantos estudantes interessados em ouvir sobre dança, sobre o corpo, sobre o feminino” pontuou.


Além de Juliana, as alunas do DANCEP Isabel Gouvêa e Paula Marques também participaram, mediando a conversa.

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Autoria Feminina em cena:
Entre dramaturgia, direção e pesquisa

A segunda mesa do 5° Seminário e Mostra de Dança recebeu 40 pessoas e foi voltada à discussões sobre dramaturgia, direção de cena realiada por mulheres, e mulheres na pesquisa científica, e contou com nomes de grande relevância no cenário.

Como convidadas, recebemos Annie Martins Afonso,Indígena da etnia Ticuna, Doutora em Educação - UFPR, Stela Fischer, Doutora em Artes Cênicas - USP, e Margie Rauen, Ph.D. em Teatro pela Michigan State University (E.U.A). Todas mulheres artistas, professoras e pesquisadoras, contribuindo para a democratização e permanência de mulheres artistas em diferentes contextos.
 

A proposta da professora Adriana Teles ao trazer convidadas para debater esse tema foi embasar as aulas de Gestão e Produção Cultural, que vêm sendo trabalhada pela primeira vez em sala de aula no DANCEP. “A proposta das aulas de gestão cultural é trabalhar a escola como um território cultural, pensando que nesse território tem pessoas a serem incluídas” , justificou.

Para ela, a participação dos alunos e alunas nas aulas de Gestão e Produção cultural traz o olhar atento dos e das estudantes pelos corredores e salas de aula para levantar demandas e temas que são inerentes à elas e eles. Portanto, debater este tema com profissionais atuantes e ativistas na área enriquece o repertório do grupo de estudantes.

Stela Fischer ressaltou a importância de ter esse tipo de diálogo dentro da escola. ”Não estamos falando só para os nossos pares e sim pra galera jovem que é quem vai dar continuidade a essas questões cidadãs ", completou.

A paranaense Margie Rauen já atuou em diversos países, e por isso trouxe um olhar mais amplo sobre a posição das mulheres na produção cultural ao redor do mundo. Margie lembrou que na última década, eventos e artistas levantaram muitas reflexões sobre a presença feminina na produção, e por isso houve uma melhora considerável, mas a América do Sul comparada a países do hemisfério norte, ainda não tem suas artistas reconhecidas.

“Ainda é frágil o reconhecimento de mulheres brasileiras no exterior, vemos pela quantidade pequena da tradução de peças de dramaturgas brasileiras para outros idiomas” observou Margie.

A participação de cerca de 40 alunos trouxe um novo olhar, mais atento, sobre as produções culturais que consumimos e da participação de mulheres, seja no palco ou por trás deles.

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Mesa mulheres na produção de evento:
vozes atuantes da cena local

Em mais uma mesa com presenças femininas cheias de potência, discutimos a participação de mulheres na produção de eventos, discussão mediada pela professora do DANCEP Isys Caldas. Como convidadas nesse segundo dia de Seminário, tivemos Pam de Brito, Agnes Rodrigues e Eliane Fetzer, nomes bem consolidados na cena artística curitibana.

E unir vozes tão fortes só poderia ter como resultado um debate cheio de diferentes experiências e perspectivas. Temas como preconceitos e as experiências de cada uma permearam as discussões da nossa terceira mesa desta edição. “Precisamos olhar para o que está ao nosso lado” justificou Isys, que convidou profissionais locais que tem como inspiração em sua trajetória.

Agnes Rodrigues é curitibana, mas já morou no Rio de Janeiro e hoje vive em São Paulo.  Atuou sob direção de Deborah Colker na Cerimônia de Abertura das Olimpíadas RIO 2016 e Comissão de Frente do Carnaval Rio 2015. Para ela, o caminho na dança foi muito mais fechado e competitivo, mesmo que haja diferença entre cada cidade, o preconceito sendo trans não binária é encontrado ao realizar trabalhos, se inscrever em editais e etc.

“De alguma forma sempre estive envolvida produzindo coisas para além das escolas de dança que estive. Por volta de 2013 comecei a não me satisfazer com espaços pra dançar, então criei o coletivo Dona Coisa e no Rio comecei a desenvolver projetos” explicou Agnes.

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Diferentes caminhos para a produção artística

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Agnes lembra que não existe um caminho óbvio para começar a produzir “a maturidade artística pode contribuir mas, às vezes, pode nos fechar” refletiu, lembrando que cada artista tem sua individualidade e pode levar muitos anos pra encontrar sua identidade e seu caminho ou ter clareza desde o início e desenvolver seus próprios projetos.

Pam de Brito, grande nome das danças urbanas, nasceu em Maringá, mas foi em Curitiba que se desenvolveu e começou grande parte de seus projetos. Como mulher, ela conta que já enfrentou muita dificuldade no Hip Hop, mas isso se agravou quando participou por três vezes do Fair Play Dance Camp, maior festival de dança da Europa que aconteceu na Polônia. Além de ser mulher, o preconceito veio também por ser brasileira.

Já Eliane Fetzer, é curitibana e responsável por um dos Centros de Dança mais notáveis, reconhecido pelos prêmios em festivais nacionais e internacionais de dança, como Festival de Dança de Joinville e Jump Convention Center em Nova Iorque. Há mais de 30 anos ela se dedica ao ensino da dança.

Para ela, Curitiba precisava de visibilidade já que a cultura na cidade era resumida como apenas o teatro Guaíra. Por isso desenvolveu projetos como o prêmio Curitiba na dança, um festival com várias categorias que traz outras possibilidades de debates aos bailarinos, que concorrem à bolsas de estudo.


A mesa foi mediada por Isys Caldas, que integra o corpo docente do DANCEP. Isys perguntou ás participantes como foi o primeiro envolvimento com a escrita de projetos.
 

Pam apesar de dizer não gostar muito da parte escrita, desenvolve e acredita em muitas ideias suas. Eliane quis aproveitar as oportunidades e o suporte financeiro para criar novos projetos. Já Agnes gosta de escrever, trabalhar com planilhas e orçamentos, funções fundamentais em qualquer projeto.

Isys ressaltou a importância de trazer vozes locais para dialogar e trazer novas possibilidades aos alunos, como a produção de projetos. “Perceber e entender que tem pessoas tão próximas fazendo projetos de repente é uma ponte pra quem quer começar” lembrou Isys. A professora também lembrou que vivenciar grandes eventos artísticos é uma fonte de luz e inspiração, e que trazer nomes como Agnes, Eliane e Pam, torna palpável essa possibilidade aos alunos.

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Corpo e Estética na Dança:

transformando trajetórias em acolhimento

A quarta mesa do 5º Seminário e Mostra de dança foi um reencontro. Carolline Ribas e Isys Caldas, ambas professoras do DANCEP, e Elke Siedler, professora do curso de Dança da Unespar, foram mediadas por Anny Lindsay, também membro do corpo docente do DANCEP.

Elke foi orientadora do trabalho de conclusão da Carolline, e participou da banca avaliativa da Anny, ambas no curso de bacharelado e licenciatura em Dança. “Fico muito feliz de entrar no universo das minhas alunas, e ajudar nesse processo de construção de obra.” pontuou Elke.

Entre os assuntos abordados tivemos pressão estética, inspirações e a trajetória de cada participante com seu próprio corpo na dança. Elke trouxe sua visão da juventude nos anos 80, quando militava no movimento punk e percebeu que “o ballet não fazia sentido pra mim, eu tinha que buscar quem eu era no meu próprio caminho esquisito”.

Carolline está no DANCEP há 11 anos como bailarina, e retornou como professora após concluir o curso de licenciatura e bacharelado em Dança trazendo toda a sua história construída de forma dolorida com a pressão e cobranças estéticas.

Enquanto professoras, elas encontraram a missão de não perpetuar preconceitos e visões que foram tão ruins para sua formação.“Pra mim hoje é importante que o processo das minhas alunas seja bom, prazeroso, gostoso, e que elas se sintam vistas e se sintam importantes” contou Carolline.

Isys, que começou a se profissionalizar no jazz num ambiente de muita insegurança com seu corpo, transformou sua experiência em aprendizado para hoje conseguir acolher mais seus alunos. “A gente não quer que o aluno tenha a mesma dificuldade que eu tive. Eu tento mostrar que o aluno consegue fazer, que ele pode trabalhar as dificuldades dele ao seu favor”.

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A beleza da arte

Em meio ao prazer e ao amor pela dança, as três encontraram o obstáculo da pressão estética. “Quando a gente tenta se enquadrar nas regras alheias atropelando quem a gente é, isso tende a gerar sofrimento.” entendeu Elke. E a partir de um olhar mais sensível para o seu próprio corpo, nos trouxeram hoje como presente esse olhar de dança enquanto arte e não apenas para o lado estético.

A partir de sua trajetória no DANCEP, Carolline descobriu que “amava dançar e estar no palco, eu só não gostava do contexto que a dança tinha sido colocada pra mim”, destacou. “Eu estava dançando pensando só na estética, me olhando no espelho o tempo todo. Precisei conhecer outras pessoas e outros espaços, onde as pessoas me viam além do meu corpo” compartilhou Isys.


Por fim, Elke trouxe um conselho para quem por qualquer motivo não se encaixa em quaisquer que sejam os padrões. “Faça um inventário de si e se empodere de quem você é, mesmo que você ainda não encontre seus pares, sempre vai ter alguém tão esquisito quanto você” concluiu.

Como protegê-las? combate ao assédio no ambiente escolar

Encerrando o segundo dia do 5º Seminário e Mostra de Dança, tivemos a mesa Como protegê-las? combate ao assédio no ambiente escolar. Mediada pela professora do DANCEP Anny Lindsay e pela aluna Iyami Giordani, o bate-papo abordou questões jurídicas e psicológicas relacionadas a episódios de assédio e abuso.

“Em uma sessão de terapia, eu decidi que estava com a necessidade de falar sobre assédio e pedi ao meu terapeuta indicação de pessoas da psicologia” Iniciou Anny. As convidadas foram Bruna Teixeira: Psicóloga e pós-graduanda em Psicodrama, atriz e fundadora do Espaço Psi.Encena: Psicologia, Arte e Cultura, Luana Fonseca: Advogada, especialista em Gestão Pública, pesquisadora e Idealizadora do projeto Pureza e Carla Françoia: Psicóloga clínica. Doutora em Filosofia e pesquisadora.

Perguntas como “o que é assédio?” “o que é infância” provocaram a plateia com cerca de 45 alunos e professores no final desse segundo dia de Seminário.

Luana é advogada e gestora pública, sua principal causa é o combate ao abuso infantil, portanto criou o projeto pureza, que nasce da necessidade do diálogo. “Queremos que a infância seja pura, simples, é isso que idealizamos”. Questões como violência, abuso e exploração sexual, e acesso à saúde moldam as ações do projeto.

O foco da discussão foi a relação da arte com casos de violência na infância e na adolescência. Luana levantou a relação de emoções com as formas de arte como o desenho, música, dança, teatro, que muitas vezes podem dar sinais e ser porta vozes em um contexto de falta de diálogo e escuta ativa.

Bruna abordou a proposta do psicodrama, que vem do teatro. “A arte tem muita relação com as minhas vivências desde criança” ressaltou, lembrando da importância de usar a arte como forma de comunicação.

Durante a graduação em psicologia, Carla identificou muitas alunas que vinham até ela, depois de palestras e conversas sobre sexualidade, levar casos de assédio e a partir disso começou a estudar o assunto.“O assédio acontece em lugares onde a criança ou adolescente deveria ser protegido, em casa ou na escola” levantou.

Carla ainda lembrou que é necessário ter um canal de denúncia com pessoas de confiança dentro das escolas, e que toda a equipe pedagógica precisa estar atenta aos sinais que podem denunciar alguma situação.

A aluna Iyami Giordani, vice-presidente do grêmio estudantil do Colégio Estadual do Paraná e mediadora da conversa, ressaltou a importância de abordar temas como o assédio dentro da escola. “Eu acho fundamental a gente abrir cada vez mais esse espaço, rodas de conversa, rodas de debate” completou.

Em um ambiente artístico, temas como esse podem ser comunicados de outras formas. “Toda forma de expressão, toda forma de arte pode contribuir, porque ela ajuda a encontrar o que a palavra não diz” observou a psicóloga Bruna Teixeira.Por fim, Luana Fonseca falou aos alunos sobre os canais como o disque denúncia (181), para procurar em casos de assédio. Sobre o suporte dado às vítimas em um primeiro atendimento, Luana foi enfática, “acho que a gente ainda precisa de muita capacitação, mas estamos caminhando com isso”.

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Workshop de Ioga com Marília Zamilian

O segundo dia e também o mais cheio do 5º Seminário e Mostra de Dança chegou ao fim com um workshop de Ioga, ministrado por Marília Zamilian “o Yoga traz um olhar interno muito especial, nos convida a parar e olhar pra gente” contou.

Marília é graduada em dança e atua como artista docente e pesquisadora na área. Já foi professora do DANCEP e ressaltou a importância do Seminário para a arte, “tenho um carinho muito grande por ter criado esse vínculo com esse espaço”. Os alunos puderam experimentar exercícios de alongamento e relaxamento durante o workshop.

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Quantas mulheres tem na sua biblioteca?
das escrituras femininas

A mesa “Quantas Mulheres tem na sua biblioteca” aconteceu na manhã do terceiro dia de Seminário, trazendo já no título uma provocação aos alunos e convidadas. Organizada pela professora Adriana Teles, a mesa contou com a presença de escritoras como Cleo Busatto: autora de 41 obras com 450 mil exemplares vendidos, Maria Helena: Advogada, escritora e mestranda pela UFPR e Titi Souza: professora da UFPR, Mestre e Doutora em história da educação.

Foram abordados temas centrais como direitos autorais, visibilidade de escritoras femininas e o processo histórico da presença feminina na escrita já que, como observou Cleo Busatto, até 1808, chegada da família real, a impressão de livros era proibida no Brasil.

 

Cleo se considera uma artista das palavras, e iniciou sua fala com um trecho do livro “A fofa do terceiro andar” falando sobre sua solidão criativa, alimentada por encontros como os dessa mesa, com potenciais leitores e outros profissionais. “Assim como a semente precisa da terra fértil, preciso da alma do meu leitor” , ilustrou.
 

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Maria Helena falou sobre o acesso e como as leis podem ajudar a corrigir comportamentos enquanto sociedade. “Quando você vai num museu apenas 9% das obras expostas são de mulheres” , enfatizou. Maria considera que muito já foi conquistado em relação a oportunidades, reconhecimento dos direitos e autonomia da mulher, mas precisamos garantir oportunidades que igualem as mulheres.

Titi Souza, apesar de se arriscar com textos e artigos, prefere se considerar uma artista que dança com as palavras, já que durante a pandemia, passou a escrever “porque meu corpo não conseguia mais suportar e dar conta de dançar tudo que eu sentia” , confessou.

Sobre a presença de mulheres protagonistas nos livros, Cleo acredita que a maioria de seus leitores são mulheres,pois vozes poderosas e fortes de outras mulheres geram identificação.


Titi considera que, mesmo não sendo maioria, Curitiba tem um grupo de grandes pesquisadoras e artistas muito atuantes,”tem uma potência muito forte na cidade”,observou.

As alunas Larissa Barizon, Valentine Santana e Yasmin Lima, que também mediaram a conversa, reconhecem a importância de ter vozes e ponto de vista femininos na arte “em todas as artes sempre tem a visão da mulher, é importante a gente ter essa visibilidade e pensar que alguém escreveu sobre isso” pontuou Valentine.

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Empreendedorismo na dança,
uma possibilidade real

Pensando num ambiente escolar, muitos alunos estão num momento decisivo da vida: escolher uma profissão. A mesa “Empreendedorismo na Dança” veio para trazer um novo olhar sobre a dança enquanto profissão e possibilidade de negócio.

A professora do DANCEP Anny Lindsay foi a responsável por reunir e, junto com Isys Caldas, mediar o grupo de mulheres durante o terceiro dia de Seminário. As convidadas foram Luana Zeglin: diretora da Sista produções, produtora de performance para eventos, clipes e publicidades, Flávia Pereira: idealizadora da plataforma Dance Delivery, artista da dança, estudiosa do jazz e produtora de eventos, e Bruna Santos: professora de dança fundadora do espaço Grand Rêve em São José dos Pinhais.


Flávia Pereira conta que começou por acaso o projeto de aulas de jazz online, antes da pandemia, e que conta até hoje com a força das parcerias e permutas para executar seus projetos que são muitos. Além da Dance Delivery ela é DJ e produtora de festas.

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Possibilidades de negócio

A professora do DANCEP Isys Caldas ressaltou a importância da fala da convidada. “É bom ver que as possibilidades profissionais na dança acontecem em outras esferas, além da escola, de empresas etc.” completou.

Luana Zeglin começou a empreender com uma escola de dança, mas mudou de caminho e partiu para a produção de performances: “ali eu era até melhor do que o que eu fazia antes. Eu queria ser mais artista.” observou. Hoje Luana encontrou um terreno mais fértil para trabalhar com produção no eixo Rio-São Paulo, e contou sobre essa transição. “Senti um pouco de resistência dos artistas, mas fui conquistando pouco a pouco o mercado.” lembrou.

Apesar da paixão pela arte, empreender requer planejamento e coragem, já que cada período do ano tem demandas diferentes de trabalhos. Bruna trabalhou em diversas escolas de dança antes de decidir abrir sua própria escola. “Fiz uma força tarefa e quis uma estrutura diferente do que eu tive. Com um piso adequado, barras, espelho”, Bruna quis trazer para o bairro periférico em que cresceu, uma oportunidade de contato com a arte.

Abrir caminhos para outros profissionais é o que essas mulheres fazem, e incentivam outros artistas a fazerem o mesmo. “Estude muito, não tenha medo de pedir ajuda pra sua rede de apoio” , aconselha Bruna. Apesar das dificuldades, Luana se diz grata “sou muito grata por poder levar minha arte para outros lugares”, contou.

A professora Anny lembra da importância de debater temas como esse com alunos que estão começando na arte. “Ver mulheres empreendendo e transformando a dança no seu sustento é muito importante para essa galera que está ainda se questionando como fazer a arte virar profissão” finalizou.

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Workshop de Dança Contemporânea

com Glória Candemil

O terceiro dia de Seminário e Mostra contou com o Workshop de Glória Candemil. A bailarina agradeceu pelo convite do DANCEP, já que, enquanto artista, se sente enriquecida por trabalhar com uma diversidade de corpos, estilos e experiências entre os 26 alunos e alunas que se inscreveram e participaram do evento. 

 

“A dança está para todos, independente do nível daquela pessoa que se propôs a fazer a aula, ela vai tirar alguma coisa daquilo e eu vou tirar alguma coisa do que eu tô vendo também” completou Glória.

 

Glória integra o balé Teatro Guaíra desde 2018. Formada no método da Royal Academy of Dance, estudou desde 1997 ballet clássico, jazz e dança contemporânea na Escola Andanças no Rio Grande do Sul.

 

Mesmo que não atuem profissionalmente, Glória ressalta a importância de projetos que, como o DANCEP, proporcionem contato com a arte e com experiências como o 5° Seminário e Mostra. “Na minha vivência como bailarina a gente vê muita gente que saiu de projetos como o DANCEP” lembrou.

 

Renan Eduardo, aluno do DANCEP, participou do workshop e considerou a experiência importante para o seu desenvolvimento na dança. “Eu achei uma ótima experiência porque sempre é bom conhecer novas coisas e ter essas experiências no corpo” contou o aluno, que está há um ano no DANCEP, e já teve contato com as aulas de jazz e contemporâneo.

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Afroempreendedorismo, moda e sustentabilidade

A mesa que encerrou o terceiro dia de mostra abordou o tema Afroempreendedorismo. Organizada pelas professoras Anny Lindsay e Carolline Ribas, a discussão teve como convidadas Keyla Larissa: atriz e bailarina, ex-aluna do DANCEP pesquisadora e graduanda em Têxtil e Moda pela USP, colunista e bordadeira e Maria Gabrielly Dantas: Design de moda graduada pela UNIFBV, ativista socioambiental, produtora, figurinista e afroempreendedora.


Julia Juvencio é aluna do DANCEP, atua com produção de vídeo, e foi a mediadora dessa conversa.“Para as pessoas pretas a relação com a moda surge com a necessidade” lembrou, retomando o quanto a moda e a sustentabilidade sempre estiveram presente na vida de todas elas.


A partir disso, Keyla, Maria e Julia compartilharam lembranças de infância com suas mães e avós, uma existência que foi ressignificada por meio do conhecimento e o acesso que tiveram à universidade.“Estamos num lugar de retomar e trazer os nossos junto, porque nós sempre existimos” considerou Maria.

Keyla contou sobre suas dificuldades ao ingressar no curso de moda na USP, sendo uma mulher preta, que estava chegando na cidade, ainda sem amigos ou rede de apoio próxima. “Sustentabilidade não é um hype de agora, sempre aprendemos a nos virar com pouco” contou, lembrando que graças a projetos e bolsas da universidade pôde se manter financeiramente em São Paulo.

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Já para Maria Gabrielly, que estudou no CEP desde os 12 anos de idade, a sustentabilidade, que hoje é o foco dos seus projetos, sempre esteve presente. Sua avó desmanchava blusas de lã para produzir roupas para a neta ainda criança “não sabia que existia um termo pra isso que eu sempre vi” contou, se referindo ao Upcycling, termo utilizado para definir o reaproveitamento na indústria da moda.

Hoje Maria mora com a mãe na Ilha de Itamaracá, em Pernambuco, na primeira casa construída com garrafas de vidro de Pernambuco, a Casa de Sal. Maria hoje atua como figurinista em diversos projetos, e mantém também o brechó Cabrochas, com peças que são modificadas e customizadas por ela. “Apoiar pessoas pretas é também consumir de pessoas pretas, pra isso ser sustentável temos que ter uma forma de fazer o dinheiro girar também” percebeu, a partir do momento que passou a ver e acreditar no valor do seu trabalho.

Após o debate, o diretor e coordenador do DANCEP Fernando Nascimento se emocionou ao falar sobre a história e o poder das alunas que ajudou a formar. “Quando eu escuto a história de vocês isso me dá força” completou.

Por fim, Fernando agradeceu a presença de todos os participantes e desejou: “que a gente possa trazer mais histórias de pessoas fortes para inspirar outras pessoas fortes”.

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Vozes de mulheres na educação:
gestão e possibilidades

O 5º Seminário e Mostra de dança do DANCEP conta com o apoio de toda a estrutura e equipe do Colégio Estadual do Paraná, e por isso a décima mesa dessa edição foi organizada pela diretora geral do Colégio, Laureci Schmitz. O tema foi vozes de mulheres na educação: gestão e possibilidades.

Para debater esse tema foram convidadas Laura Patrícia Lopes, atual chefe do Núcleo Regional Da Educação de Curitiba, doutoranda em educação e professora de geografia da rede estadual, e Louise Caroline Campos Löw, Diretora geral da Secretaria de Educação do Paraná, ocupante de diversos cargos públicos em autarquias como a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), e Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).


Temas como maturidade, inteligência emocional e os desafios enfrentados por mulheres em cargos de gestão pública foram abordados a partir de perguntas feitas pelas alunas mediadoras Luiza Carvalho e Alana Spejorim.

Louise contou que já esteve em diversos cargos nos quais tinha reuniões e colegas majoritariamente homens, e que essa diferença de salário e de condições de trabalho, se dá por uma falha do sistema. “O sistema foi moldado considerando o masculino, a batalha não é pra entrar no sistema, e sim para mudar o sistema considerando as peculiaridades do ser feminino.” enfatizou

Durante a conversa as convidadas puderam contar um pouco de sua trajetória na educação, e como chegaram aos cargos que hoje ocupam, sem deixar de relembrar situações desconfortáveis pelas quais passaram e como precisaram se impor para ocupar diferentes espaços.

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A importância do Seminário

A diretora do Colégio, Laureci Schmitz, ressaltou a importância de conversas como essas para a formação dos alunos. “Se a escola forma os futuros dirigentes da sociedade, qual futuro nós queremos?” completou.

Laura já foi professora do Colégio Estadual do Paraná, e se emocionou logo no início de sua fala ao rever colegas e ex-alunos. “Parte da minha caminhada profissional foi aqui no CEP, com os professores, pedagogos e ex-alunos que estão aqui” lembrou, emocionada.

Para Louise, eventos como o Seminário e Mostra de dança são fundamentais para trazer aos alunos, reflexão, diálogo, ouvir outras experiências e ter uma troca. “Que eles não mantenham essas discussões apenas no ambiente escolar, que levem para fora da escola, e aí começamos a ter um ponto de transformação,” desejou.

Retornando ao Colégio que fez parte da sua formação, Laura elogiou: “É super importante projetos como o DANCEP, porque buscam a diversidade dentro da escola”. Para a diretora Laureci, ter toda a comunidade envolvida é um fator fundamental para o ambiente escolar, “é muito importante esse trabalho do DANCEP na promoção da integração família-escola-comunidade”, completou.

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Mulheres dançando ao longo dos anos: movimentos, possibilidades e benefícios

Encerrando o quarto dia do Seminário e Mostra de dança tivemos três convidadas para debater o tema mulheres dançando ao longo dos anos.

Convidadas pela organizadora e mediadora da mesa, professora do DANCEP Rafaela Nogueira, tivemos Natia Miguel da Silva: bailarina, formada em Ed Física, professora da rede municipal em escolas e regionais, técnica e professora de Ginástica Rítmica; Inês Drumond: Bailarina, coreógrafa e pianista. Integrou o Balé Teatro Guaíra durante 21 anos e hoje integra a G2 companhia de dança e Eleonora Greca, ex primeira bailarina do Balé Teatro Guaíra na década de 80, dançou diversas obras ao redor do mundo, já atuou com criação e produção de espetáculos e como curadora, jurada e palestrante em diversos eventos.

Inês iniciou parabenizando a equipe do DANCEP pelo evento.“Parabéns por tudo o que vocês fomentam em relação a arte, parabéns ao grupo, eu sinto orgulho de vocês enquanto bailarina por tudo o que vocês representam” declarou.

Nátia trouxe luz ao tema da mesa falando sobre a relação com suas alunas de diversas idades. “Eu tenho alunas com 17 e com 58 anos na mesma turma”, ressaltando que seu objetivo enquanto professora é pensar em formas de ensinar que façam com que todas sintam-se acolhidas e seguras.
 

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Por terem atuado no Balé Teatro Guaíra por mais de 20 anos, Eleonora Greca e Inês Drummond chegaram ao momento em que as limitações e desgaste não só físicos as fizeram buscar uma outra forma de dançar e fazer arte, que fizesse mais sentido.

Foi após uma lesão e 5 meses afastada de suas atividades que Inês decidiu fazer parte da G2, companhia formada por ex-integrantes do Balé Teatro Guaíra, e hoje a única companhia master estatal do país. “As pessoas podem sim continuar qualquer profissão, não tem idade pra nada, e sim força de vontade e desejo” pontuou.


Eleonora lembrou que já esteve em eventos do DANCEP outras vezes, e se disse honrada por participar. Além disso, falou da importância de se fomentar a arte dentro da escola. “Meu primeiro contato com arte foi na pré-escola, uma peça de teatro e aquilo me encantou profundamente” lembrou.


Além de Rafaela, a coordenadora da Escolinha de Artes do CEP, professora Cristine Christofis de Amorim e a aluna do DANCEP Pamela de Souza Mendes também mediaram a conversa, trazendo questões sobre a carreira e toda a trajetória das artistas convidadas.

Para encerrar, Inês deixa uma dica para se manter dançando ao longo dos anos. “É você não parar, estar sempre vislumbrando novos horizontes. A arte cura, as pessoas se dignificam e se elevam de alguma maneira, e é pra isso que estamos aqui” finalizou.

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Vozes de mulheres em espaços de liderança: cultura, gestão e igualdade

Vozes de mulheres em espaços de liderança foi o tema da mesa que encerrou os debates do 5° Seminário e Mostra de Dança do DANCEP. Organizada e mediada pela diretora geral do Colégio Estadual do Paraná, Laureci Schmitz, com a participação da aluna Graziella Moraes, o salão nobre do CEP recebeu representantes e autoridades de órgãos importantes do nosso estado.

Participaram da mesa Clemilda Santiago Neto, Diretora de Igualdade Racial, Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais do Estado do Paraná; Miriam Simões,
Coordenadora de desenvolvimento profissional da Controladoria-Geral do Estado do Paraná e Luciana Casagrande Pereira, Secretária de Cultura do Estado do Paraná.


Meroujy Cavet esteve representando o senador da república Flávio Arns ou como Meroujy disse “um grande amigo do DANCEP”, já que Arns já esteve presente em diversos eventos e projetos desde o início do grupo. Lembrou da importância de eventos como esse, que convidam toda a comunidade escolar a participar.


Aline Betenheuser, chefe de gabinete da Secretaria da mulher, igualdade racial e pessoa idosa, esteve presente para acompanhar o bate papo e elogiou a iniciativa, já que ter os alunos inseridos no contexto da dança é uma “oportunidade de se expressar na dança em busca de respeito” pontuou.

A diretora Laureci iniciou o debate perguntando sobre os desafios que as mulheres enfrentam ao ocupar cargos de liderança. Luciana foi enfática ao dizer que “mulheres recebem muitos olhares de desconfiança” mas que o contato com a arte a sensibilizou e ajudou a driblar esses olhares.

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Em meio ao tema representatividade, Clemilda lembrou que uma das engenheiras do Colégio Estadual do Paraná foi Enedina Alves Marques, primeira engenheira civil mulher no Paraná e a primeira engenheira negra no Brasil. “As mulheres negras tem que estar ocupando todos os espaços e não só os de poder” questionou, falando sobre o número de alunos e alunas negros presentes na sala.
 

Enquanto secretária da cultura do nosso estado, Luciana Casagrande observou que o Paraná é um estado que tem muito a aprender com sua pluralidade. “É nesse espaço plural que temos um espacinho para cada um poder refletir” , pontuou.

Ao ser questionada por uma aluna sobre momentos difíceis, Luciana abordou sua trajetória, e contou que, em diversos momentos enfrentou autoritarismo, desconfiança e tentativas de intimidação por parte de homens, mas que se manteve firme, inspirada pelas mulheres fortes de sua família.

Por fim, Luciana frisou a importância do trabalho de grupos como o DANCEP. “O trabalho que o DANCEP faz é indispensável” sensibilizando e empoderando os alunos para a arte” finalizou.

Para a diretora Laureci foi uma experiência muito enriquecedora, “esperamos ter mais oportunidades como essa de ter discussões junto com os estudantes sobre questões importantes da sociedade” desejou.

Miriam Simões parabenizou toda a organização do evento. “Acredito que essas trocas enriquecem a aprendizagem enquanto ser humano” , observou.

A aluna Graziella, que está no 3° ano do ensino médio e participou como mediadora da mesa, já vislumbra os efeitos dessa experiência no seu futuro “tenho certeza que estou adquirindo conhecimentos válidos para minha vida toda”.

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Workshop de Dança Contemporânea
com Patrícia Machado

A manhã do último dia de Seminário e Mostra de Dança do DANCEP começou com o workshop de Dança Contemporânea ministrado pela bailarina e pesquisadora Patrícia Machado.

Patrícia é formada em Dança pela Universidade Estadual do Paraná, Pós Graduada em Artes Dramáticas pelo Institut del Teatre/ Espanha, mestre em Arte e Educação, pela UNESPAR e doutoranda em Pedagogia das Artes Cênicas, na UDESC. Colaborou como bailarina e criadora na Leine and Roebana Dance Company – Amsterdam (NL), It Danza Joven Compañia – Barcelona (ES), CEDECE – Companhia de Dança Contemporânea – Lisboa (PT) e no Balé Teatro Guaíra, Curitiba.

Às 9h da manhã em ponto os alunos já estavam preparados para o início da aula, que começou com um aquecimento trabalhando elementos como velocidade, distância e percepção do corpo no espaço.

Com seu workshop de 1h30, Patrícia explorou propostas e sequências de movimentos a partir de ações como deslocamento e níveis, trazendo sempre ações lúdicas para ilustrar cada atividade. Apesar de o tempo em um workshop ser mais curto do que em aulas tradicionais, Patrícia explica sua proposta. “Eu busco trazer referências do que move as pessoas, dos desejos que elas trazem, para que a gente possa criar algo juntos” contou.
 

Patrícia ainda ressaltou a importância dessa troca de experiências, que é trazida tanto pelos profissionais que passam pelo DANCEP, quanto pelos alunos que trazem suas vivências.

Por fim, Patrícia agradeceu o convite. “Acompanho o trabalho do DANCEP há muito tempo, então é sempre um prazer estar aqui” finalizou.

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Workshop danças urbanas com Jaque de Castro

Ao som de Beyoncé teve início o workshop de Danças Urbanas ministrado pela bailarina, ex-professora do DANCEP e professora da Lótus Extreme, Jaque de Castro.

Com um aquecimento e preparação cheios de energia e animação, Jaque apostou em hits da diva pop ao longo do workshop, durante o qual contou também um pouco de sua trajetória e suas referências na dança.

 

Jaque lembrou que dentro do movimento Hip-hop se abriram muitas vertentes e estilos. Como característica principal de suas aulas enquanto professora do DANCEP, Jaque escolheu trazer uma sequência no estilo Jazz Funk funk que, como sempre, pediu muita energia e transformou o workshop em um momento de descontração.

 

Jaque elogiou a entrega dos alunos e alunas, alguns já conhecidos, já que sua principal proposta é que cada aluno “se jogue” sem julgamentos em cada movimento “A dança é você colocar a sua identidade, aproveitar os movimentos sem querer impressionar alguém” lembrou.

Emocionada, Jaque finalizou o workshop agradecendo por participar de mais um evento do DANCEP. “Toda vez que eu venho aqui eu me sinto muito amada. O DANCEP tem um lugar muito especial no meu coração” contou.

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Lançamento do livro: Das tecnologias do sensível à poiesis de um corpo, de Gisele Onuki

O último dia do 5° Seminário e Mostra de dança foi encerrado com o lançamento do livro de Gisele Onuki, Doutora em Comunicação e Linguagens, professora da UNESPAR - campus FAP. A convite do DANCEP, Gisele trouxe a publicação de sua tese de doutorado para dentro do seminário, e recebeu amigos, colegas de profissão e alunos para uma conversa seguida de uma mesa de autógrafos.

O livro Das tecnologias do sensível à poiesis de um corpo: A constituição de um ethos em co(rpo)nexões mediáticas traz reflexos de sua trajetória enquanto pesquisadora, estudando vertentes de comunicação arte e tecnologia, que são trabalhadas dentro de sala de aula com seus alunos e também permearam suas pesquisas anteriores.

A tese publicada é resultado do Doutorado em Comunicação e Linguagens pela Universidade Tuiuti, e traz vivências de sua relação com a comunidade nipobrasileira, utilizando como complementos conceitos da estética ocidental e da estesia oriental.

Durante a mesa organizada e mediada pela aluna do DANCEP Bruna Moura, Gisele ressaltou o processo de busca pela sua tese que, segundo ela, foi “doloroso”. A partir dessa busca, Gisele reviu sua história e relação com a comunidade nipobrasileira e encontrou em conceitos orientais os nortes de sua pesquisa.
 

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Gisele agradeceu o convite “acompanho o DANCEP desde o seu nascimento, ele sempre tem estado num lugar muito especial pra mim” lembrou. Além disso, a agora Doutora deu ênfase a importância do 5° Seminário e Mostra de Dança do DANCEP. “Acredito que eventos como esse sejam fundamentais, pois é uma maneira de aproximar os estudantes e a comunidade, trazendo esses modos de perceber e fazer arte mais aprofundados com uma linguagem muito mais acessível” elogiou.

Bruna Moura, mediadora que conduziu a conversa abordando alguns conceitos trazidos por Gisele em sua publicação, enfatizou a importância de ter este lançamento no encerramento do Seminário. “Ao trazer uma cultura diferente da nossa, ela traz meios de expandir nossa experiência de teorias.Precisamos trazer a cultura da escrita para o nosso dia a dia, dentro e fora do meio acadêmico” lembrou Bruna.

O 5° Seminário e Mostra de dança do DANCEP foi encerrado pelo workshop de Jazz Dance de Sabrina Krishna.

A bailarina e professora participou do DANCEP como aluna, como estagiária do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) durante sua graduação em Bacharelado e Licenciatura em Dança da UNESPAR e depois como professora.

 

“É muito gostoso voltar pra um projeto que eu comecei desde o início e poder passar um pouquinho, mesmo que eu ainda seja uma aprendiz na dança” contou Sabrina.

 

Durante o Workshop propôs duas sequências. A primeira ao som de “Another Day of Sun” música do filme musical La La Land, a segunda ao som de “The Loneliest” da banda Måneskin. Apesar de transitar entre os estilos  jazz lyrical e jazz musical, Sabrina explica suas escolhas, “eu não gosto de rotular, então trouxe um pouquinho dos dois”.

Sabrina reencontrou alunos e colegas de profissão que fizeram parte de sua caminhada no DANCEP “é uma mulher, uma aluna, uma professora que me inspira enquanto ser humano” elogiou Fernando Nascimento, diretor e coordenador do DANCEP desde sua concepção.

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